Olá, rádionautas,
a história das Irmãs Batista, sempre me intriga. Do auge à miséria, Florinda e Dirce, ou melhor, Linda e Dircinha Batista, conquistaram a fama e o sucesso. Eu, particularmente, tenho uma história muito curiosa com relação à Dircinha Batista, nestes 30 anos de vida da minha vida.
A minha mãe Daisy, em sua breve passagem pela terra, 61 anos, passou por algumas clínicas de repouso. Em uma delas, entre 1989/1990, estava uma senhora lúcida, gentil e franzina. Seu nome: Dircinha Batista. Na época, tinha 8 anos e a minha querida avó cantarolava uma música de muito sucesso das 2: "Periquitinho Verde". Quando ía à clínica ver mamãe, conversava com a Dircinha e cantava "Periquitinho Verde" com ela.Me lembro vagamente de que a Odete estava esclerosada e Linda, já havia "desencarnado". Dirce morreu em 1999.
Entretanto, no meu caminhar jornalístico, a "mosca rádio" picou em mim, e as Irmãs Batista, principalmente Dirce, está cravada no meu coração.
Neste No Ar... 90 Anos, vamos viajar,em 1998, quando foi montada no Rio de Janeiro, a peça Somos Irmãs, que contava a história das Irmãs Batista, Suely Franco e Nicete Bruno, encarnaram as 2.
Aqui, neste lugar, vai um o trecho que pega a resenha da peça, produzido pela Revista Época, em 21 de setembro de 1998, como também o trecho da peça retirada do Youtube.
Este post dedico não só à mamãe Daisy, como também Linda, sobretudo, Dirce Batista, que me mostrou ainda infante o prazer, mais velha de homeagear à tua arte e à tua memória.
Um abraço radiofônico,
Isabela Guedes
noar90anos@gmail.com
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"A MPB sobe ao palco
Musicais sobre Francisco Alves, Chiquinha Gonzaga e as irmãs Batista fazem sucesso no Rio. E vem mais por aí
s
grandes astros da velha MPB estão de volta ao palco. No Rio de Janeiro,
o público pode atualmente escolher entre assistir a um espetáculo sobre
Chiquinha Gonzaga - primeira compositora do país -, o Rei da Voz,
Francisco Alves, ou ainda sobre as rainhas do rádio, as irmãs Linda e
Dircinha Batista. Em breve, terá ainda a chance de conhecer as histórias
de Vicente Celestino, Ari Barroso e até da vivíssima Elza Soares.
Claro, um time desses não poderia estar, de fato, em cena: só mesmo na
ficção. São os musicais biográficos, gênero que está tomando os palcos
cariocas e atraindo cada vez mais público.
O maior sucesso da temporada é a peça Somos Irmãs, que contrasta
a velhice decadente das irmãs Batista, miseráveis e esquecidas no
apartamento da Rua Barata Ribeiro, 625, em Copacabana, com flashbacks
dos áureos anos 40, quando elas trocavam entre si a faixa de Rainha do
Rádio e se davam ao luxo de ter 14 automóveis Cadillac na garagem.
Produzida por Cinthya Graber e dirigida com sensibilidade em sua
primeira direção pelo cantor Ney Matogrosso, Somos Irmãs estreou em 27
de março no Centro Cultural Banco do Brasil e transferiu-se em julho
para o Teatro Ginástico, mantendo sempre lotação esgotada. Nos papéis
principais, Suely Franco e Nicette Bruno. Linda morreu em 18 de abril de
1988, e Dircinha, internada numa clínica em Botafogo após um derrame
cerebral, já não pode desfrutar esse tardio reconhecimento.
Dircinha fala com dificuldade, mas ainda canta. Sua situação
financeira é bem melhor, graças à pensão que recebe do Estado. Também
ganha porcentagem de 1% sobre a bilheteria. "Mas o importante é que essa
peça está elevando o nome delas novamente; os jovens estão tomando
conhecimento de que existiram Dircinha e Linda Batista", diz o cantor
José Ricardo, sob cujos cuidados estão as irmãs desde o início dos anos
80.
Na
peça Somos Irmãs, por exemplo, é também Chico Alves quem aparece na cena
da estréia de Linda Batista durante um programa que o cantor tinha na
antiga Rádio Cajuti. Um fã mais ardoroso que resolva assistir a todas
essas peças terá visto, ao final, um grande painel histórico da música
brasileira na primeira metade do século, não por acaso todo situado na
velha Capital Federal. Lá se concentrava a produção cultural de então, o
que talvez justifique também a eclosão dessa nova onda de musicais no
Rio de Janeiro.
"(...)"